sexta-feira, agosto 24, 2007

Ela estava à sombra de uma bela árvore, sozinha. A paisagem adiante era suficiente para fazer o dia valer a pena: a queda d'água de muitos metros de altura e um arco-íris tão próximo que sentia poder tocá-lo. Ela conseguia, ali, afogar as mágoas diárias, os gritos dos pais, as portas que se batiam e machucavam seus ouvidos, os latidos, o chiado da televisão, a dor de cabeça, a cortina desbotada, a comida sem gosto, o vizinho mal humorado, as inquietações da alma que suplicava por alguém que a levasse dali.

A alma, apesar de ferida pela vida dura que levava, era serena e apreciava as belezas da vida. Quando queria gritar, quando as lágrimas a levavam a exaustão, ali era o lugar de paz.

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