segunda-feira, outubro 29, 2007

[15 anos mode on]



From dehumanization, to arms production,
For the benefit of the nation, or it's destruction,
Power is power, it's the law of the land,
Those who live for death, would die by their own hands.
Life is no ordeal, if you can come to terms,
Reject the system, which dictates the norm,
From dehumanization, to arms production,
For the benefit of the nation, or its destruction,
It's your choice: PEACE or ANNIHILATION!



Crucifix.




[15 anos mode off]

domingo, outubro 14, 2007

não quero ser o porto seguro.
quero ser a causa da destruição.

sexta-feira, outubro 12, 2007

"O pior de crescer é a mágoa.
Mas faz parte da vida."

domingo, outubro 07, 2007

[...]

Ela se encolheu. Ficou tão pequena que podia sentar-se ao lado daquele cupim, e dividiriam uma xícara de café. Percorreria formigueiros, espiaria pelas frestas. Sentiria o peso das lágrimas, navegaria nesse mar. Pensou que, vazia de coração, pequena assim, poderia ganhar o mundo.
Mas não. Com uma caixa de lembranças entre as pernas entrelaçadas, na beira da cama, lançou-as, uma a uma, no abismo claro e límpido do esquecimento. Esses são momentos cruéis, pois o vazio do coração sufoca, mas liberta. Sente-se amarga, mas sua boca é puro doce. É nessas horas que ela se pune pelas palavras que deixou escapar, por não saber medir sua angústia diante do desamparo. E ela lembra que não deve ser tão dura consigo mesma, pois fatos recorrentes são passíveis de pânico. Ela não quer sentir dor, ela não quer ouvir nem dizer nada. Esvazia seu coração quando precisa desse espaço para tomar fôlego e seguir adiante. Mas, a cada mergulho, deixa para trás pedaços de história que vão fazer falta.


Assim é a sua vida: Eterna Desconstrução.


[Há um quê de desapego que liberta, mas sufoca
Há abundância, mas falta-lhe sempre
Há um quê de amor e desprezo.
Queria era se juntar ao vazio.]

quinta-feira, outubro 04, 2007

A lucidez perigosa

Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.

Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.

Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.

Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.



Clarice Lispector